quinta-feira, 17 de janeiro de 2013


Capítulo 4
   Estava em choque. Não conseguia me mover. Por pouco achei que estava morta, ou sei lá,  todos os pensamentos saíram da minha cabeça, estava um vazio.
 De repente, senti-me sendo puxada pra trás bem devagar, no princípio só o calor das mãos possuíam meu rosto, mas de repente, estava encostada na pessoa, que estava também encostada, mas num muro.
   Meu coração batia forte, estava desesperada, mas não conseguia pedir ajuda. Aquela pessoa estava quente, parecia bem agasalhada. Era estranho, só por sentir as roupas parecia que a conhecia.
   - Ei, calma, está tudo bem, não se assuste.  – Ouvi uma voz masculina, que me parecia familiar.
   Tive um choque de adrenalina e consegui me soltar. Estava de olhos fechados, e, ainda assustada, abri-os me virando, então tomei um susto maior:
   - Yesung?! O que você ta fazendo aqui?! Quer que eu morra?! Eu quase tive um troço agora!!
   - Calma! – disse ele – Foi mal! Eu não quis te assustar, sério mesmo!
   - Quem você acha que eu sou pra me assustar assim?! Poderia ter sido qualquer um, um ladrão, ou um pedófilo até! – Disse irritada, ou melhor, assustada, e sem perceber, desabei em lágrimas, olhando pra ele.
   Ele, com cara de arrependido, desencostou no muro e veio andando até chegar muito perto, então quando percebi, seus braços já estavam envoltos sobre mim. Mesmo estando irritada e assustada, meu coração começou a bater muito forte e rápido, eu, sentindo o calor do corpo dele sobre o meu, corei, e ele percebeu, o que o fez sorrir. E que sorriso! Era muito lindo. Não sabia se ele conseguia sentir meu coração batendo mas não me importava naquele momento. Então sua mão quente que estava sobre minha cintura pousou no meu pescoço gelado, que, além de me fazer arrepiar, me deixou mais nervosa e irritada ainda. Ele chegou perto e falou no meu ouvido:
   -Desculpa mesmo. Eu não quis te assustar, você pode me perdoar?
   - Quem é você? – perguntei bem baixinho, falando em seu ouvido também – você não é o Yesung da hora do recreio...
   - Foi mal, - disse ele suspirando e não me largando, o que estranhamente me deixou feliz – é que eu troco muito rápido de humor, e aquela hora eu estava pensativo, e eu odeio ser interrompido quando estou pensando, por isso fui grosso com você – ele fez uma breve pausa – mas quando percebi que era com VOCÊ que estava ‘falando’, me arrependi na hora.
   Não sei se ficava feliz com o que ele havia dito, também porque ele estava me abraçando, mas estava chorando ainda e assustada, então impulsivamente perguntei:
   - Tudo bem, eu  te desculpo de tudo – senti seu suspiro de alívio no meu pescoço – mas em quem ou em quê você estava pensando?
   Ele ficou em silêncio por um bom tempo, mas finalmente disse:
   - Bem, não é algo que você precise se preocupar, então deixa pra lá, algum dia talvez eu te conte.
  Por um segundo me preocupei com suas palavras, mas logo obedeci o que ele disse. Então ele lentamente me soltou, eu enxuguei minhas lágrimas, e em seguida, ele perguntou:
   - Onde você mora?
   - Por quê?! Vai me seqüestrar?!
   Ele riu da minha ironia e falou:
   - Não, só irei te acompanhar até em casa.
   Estranhei, mas aceitei. Então começamos a caminhar, lentamente até minha casa. Enquanto caminhávamos, percebi que ele ficava olhando meio de lado para minha mão, como se quisesse segurá-la, mas quando percebeu que eu o observava, olhou para outra direção na hora tentando disfarçar, fazendo com que eu desse um breve sorriso. Estávamos quietos, então eu quebrei o silêncio:
   - Eh.. por quê você quer me levar até em casa? Ou melhor, o que fez você me seguir, além das desculpas?
   - Eu quero meu celular de volta, oras! – disse ele rindo.
  Logo voltou o silêncio. Percebi que ele me olhou dos pés a cabeça de lado, e finalmente disse:
   - Você se veste bem, gosto do seu estilo.
    Estranhei o que ele falou, porque ele estava muito, muuito simpático, e também eu me vestia incrivelmente mal, nem me preocupava com o que vestia, então perguntei:
   - Eh.. você realmente ta bem? Normalmente você é assim?
   Ele deu uma breve risada e respondeu:
   - Sim, estou bem e sim, eu sou assim normalmente. – ele olhou no fundo dos meus olhos – você é muito bonita.
   Minha mente estava vazia, portanto nem prestei a atenção no que ele disse, então quando reparei, já estávamos na frente de casa.
   - Vou esperar aqui no portão – disse ele. Assenti com a cabeça, então entrei rápido, larguei a mochila na cozinha, onde mamãe estava, e subi, sem ouvir o que ela disse. Entrei no meu quarto e peguei o celular na gaveta, desci e passei por mamãe novamente sem ouvi-la então saí, observando Yesung no portão. Como ele era lindo. Cheguei perto e ele sorriu.
   Ele pôs a mão no bolso e retirou meu IPhone, que parecia intacto.
   -Está aqui, são e salvo! – nós rimos juntos. Estiquei minha mão para pegá-lo e então por um momento, senti sua mão quente e suave tocando a minha, o que me deixou sem graça. Peguei o IPhone dele. Ele olhou, sorriu, e perguntou:
   - Você mexeu nele né?
   - Claro que não – disse mentindo – porque faria isso? Pff...
   Ele sorriu e disse:
   - Sabia que é feio mentir?
   Só olhei pra ele, e disfarçando, mexi no cabelo.
   Estiquei minha mão com o celular para entregá-lo e quando ele pegou o celular, me puxou pelo braço, me abraçando carinhosamente. Fiquei muito surpresa, estava nervosa, corada, meu coração batia forte, tentava evitar, mas não pude. Ele sussurrou no meu ouvido:
  - Obrigada J .
 Naquele momento tudo parou. Só havia eu e ele, ali, juntos, unidos por um simples abraço, cheio de ternura. Meus olhos brilhavam, eu estava totalmente seduzida por aquele amor e carinho de Yesung. Do nada, meu mundo começou a girar unicamente em torno de nós dois e foi assim que eu percebi que aquele nervosismo, as batidas fortes do coração não passavam de amor. Me apaixonei perdidamente por ele, demorei muito pra notar que tudo o que sentia era amor, um amor inacabável.
   Ele me soltou, sorriu e falou:
   - Até amanhã. – Me deu um beijo na testa, fazendo eu me derreter e foi-se embora.
   Entrei rápido e mamãe, com uma voz zombeteira, perguntou:
   - Hmmm... quem é ele? Seu namorado? – Eu rindo, respondi:
   - Não mãe, só um amigo.
   - Hmm... sei!
   - Pare mãe! – Rimos juntas. Então subi, tomei um banho e deitei. Nem pensei em olhar meu celular, naquele momento meu mundo só girava em torno de Yesung. Sem perceber, adormeci. ~~
  
  Estava saindo pra pegar as cartas e ir para escola. Quando entreguei as mesmas pra mamãe, me encaminhei ao portão. Só ouvi uma voz:
   - Oi, prazer, sou seu novo vizinho.
   Ergui os olhos e vi um garoto.
   - ‘Poxa! Só existem garotos lindos nesse país?!’ – pensei irônica e rindo após o observar.
   - Hm, oi, prazer, Bianca.
   - Leeteuk – disse ele exibindo um lindo sorriso com fofas covinhas – bem, agora tenho que ir – e saiu apressado.
    Uau! Ele, além de ser bonito, é gente boa, ainda bem!
   Fiz meu trajeto de sempre, porém notei o relógio de bolso na minha jaqueta e lembrei que tinha que devolver ao garoto bonito. Chegando no colégio, vi uma cena estranha: Siwon e o garoto do relógio juntos, conversando. De repente, me viram e sorriram simultaneamente. Sorri também e fui caminhando na direção deles. Mas do nada, senti uma dor insuportável na cabeça que fez eu parar. Tudo foi escurecendo e apagou de repente. Estava desacordada.
~~ 

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